domingo, 30 de dezembro de 2012

▬ O que Aconteceu ao Homem Mais Rápido do Mundo? ( Whatever Happened to the World's Fastest Man? )


Roteiro: Dave West
Arte: Maureen Lowe

Quando se usa o termo “O Homem Mais Rápido do Mundo” a primeira coisa que vem na cabeça de muita gente é o Flash, da DC, e com razão, já que está é a alcunha do velocista escarlate. Mas está é uma história diferente, que não tem nada a ver com o herói da DC. Essa é uma história de um cara comum, que tem o poder de parar o tempo, ele mesmo não sabe se isso é uma maldição ou uma benção, mas independente disso, ele prova ser um herói.
Há uma lenda urbana que perambula que existe alguém tão rápido que ninguém consegue vê-lo, no máximo alguns borrões captados pelas câmeras de segurança, e esta pessoa seria um grande herói. Pois em um acidente de trem, todos os passageiros foram salvos sem nenhum arranhão, de maneira inexplicável, pois em um instante estavam dentro do trem, pronto para colidir e num piscar de olhos todos estavam a salvo e o trem todo espatifado. Seria isso um milagre? Algumas pessoas afirmam terem visto um homem carregando-as para esse lugar seguro, mas viram apenas o seu vulto. Esse homem, que ninguém sabe se existe ou não é Bobby Doyle. Ele não sabe como adquiriu seus poderes, só sabe que pode parar o tempo ao seu redor. E com isso ele vem fazendo seus feitos de herói, ajudando as pessoas, sem que ninguém saiba disso, ele não usa uniforme, não se apresenta ao público, pois ninguém consegue vê-lo. 

Mas o ápice da história começa quando um cientista/ terrorista implanta uma bomba poderosíssima que vai devastar a cidade toda em uma hora, e o pior é que ninguém pode desarmá-la. Bobby assiste a noticia pela televisão enquanto almoça, e logo sabe que é o único que pode fazer algo á respeito. O problema é que quando Bobby usa seus poderes, ele arca com as conseqüências dele, como por exemplo, a passagem do tempo. Enquanto tudo está parado no ‘nosso mundo’, no dele o tempo corre normalmente. Minutos podem equivaler a anos. Então nesses próximos 60 minutos, o nosso herói passará por uma imensa provação, pois além do tempo passar normalmente para ele, tudo no mundo de Bobby fica parado. Tudo mesmo. Tudo é um repleto silêncio, um mundo parado como em uma foto. E nesta hora, ele vai refletir muito sobre a vida, o mundo, as pessoas, emoções, desejos.

O desfecho da história é emocionante, e nos mostra o que é ser um herói de verdade, bem próximo da nossa realidade, o tipo de herói que faz o que tem que ser feito, independente de reconhecimento ou fama, ele faz os sacrifícios necessários. Pois são heróis, pessoas assim que fazem com que o nosso mundo continue a girar. (Recomendado.)

" E de qualquer forma, todos os super-heróis, precisam fazer sacríficos por aqueles que amam.
É a única regra que os super-heróis nunca podem quebrar. "

▬ As The World Falls Down - Cena do Baile, no filme Labirinto.

Já faz alguns dias que postei uma resenha falando do filme Labirinto ( Labyrinth, 1986), protagonizado por Jennifer Connelly  e David Bowie. Uma das cenas mais marcantes para mim, é o baile de máscaras, quando Jareth na tentativa de atrasar Sarah a coloca dentro de uma bolha, e acaba mexendo com seus sonhos, desejos e fantasias. É uma das cenas mais belas que já vi, toda vez que vejo algo sobre o filme, é esta cena que me vem à cabeça, ainda mais embalada pela música " As The World Falls Down ", do próprio Bowie.


" Enquanto Cai O Mundo "


Há um amor tão triste
Profundamente em seus olhos.
Um tipo de jóia pálida
Aberto e fechado
Dentro de seus olhos.
Eu colocarei o céu
Dentro de seus olhos.

Há um coração tão enganado
Batendo tão rápido
À procura de sonhos novos.
Um amor que durará
Dentro de seu coração.
Eu colocarei a lua
Dentro de seu coração.

Enquanto a dor varre,
Não faz sentido pra você.
Toda emoção foi.
Não era muita diversão mesmo,
Mas eu estarei lá para você
enquanto o mundo cai.

Caindo.
Se apaixonando.

Eu o pintarei manhãs de ouro.
Eu o girarei noites de Namorados.
Embora nós sejamos estranhos até agora,
Nós estamos escolhendo o caminho
Entre as estrelas.
Eu deixarei meu amor
Entre as estrelas.

Enquanto a dor varre,
Não faz sentido pra você.
Toda emoção foi.
Não era muita diversão mesmo,
Mas eu estarei lá para você
enquanto o mundo cai.

Caindo
Enquanto o mundo cai.
Caindo
enquanto o mundo cai.
Caindo.
Caindo.
Caindo.
Se apaixonando
Enquanto o mundo cai.
Caindo.
Caindo.
Caindo.
Caindo.
Se apaixonando
Enquanto o mundo cai.
Não faz sentido nenhum mesmo.
Não faz sentido nenhum para cair.
Caindo
Enquanto o mundo cai.
Caindo.
Se apaixonando
Enquanto o mundo cai.
Caindo.
Caindo
Se apaixonando
Enquanto o mundo cai.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

▬ Labirinto - A Magia do Tempo ( Labyrinth, 1986)


Direção: Jim Henson
Elenco: David Bowie, Jennifer Connelly,Toby Froud.

Temos atrás, quando criança eu me lembro do fato de ter assistido a esse filme, mas sinceramente não me recordava de nada do mesmo, só me lembrava que ele tinha um visual incrível. Pois bem, peguei o DVD do mesmo, e lá fui eu me aventurar em assisti-lo.
Foi como voltar no tempo, resgatar algo perdido.

O filme tem como protagonista a jovem Sarah (Jennifer Connelly) que após um desentendimento com os pais tem que ficar de castigo em casa para cuidar do seu irmãozinho mais novo. Ela fica enfurecida com isso e começa a recitar algumas frases de um livro chamado Labirinto, pedindo para que os duendes levassem seu irmão, assim ela ficaria em paz. Claro que ela fala isso “da boca para fora”, mas para a surpresa da mesma, isso realmente acontece. E assim como na fábula seu irmão é raptado pelos duendes, e eis que surge Jareth - O Rei dos Duendes (David Bowie), diz que se Sarah quiser ver o seu irmão novamente, terá que ir buscá-lo, mas para isso a garota terá que passar por um extenso labirinto. Se ela falhar, seu irmão se transformará em um duende. Jareth fará de tudo para atrapalhar a vida de Sarah na busca pelo seu irmão.A premissa é básica, nada complexa, e na verdade nem precisava ser, pois é aí que está toda a magia do filme.
O filme conta com cenários esplendorosos, tudo muito bem trabalhado, trazendo aquela sensação de uma utopia, um mundo fantasioso muito belo, muito perigoso, muito mágico. As criaturas ali são demais, muito bem trabalhadas, com bonecos dos mais diversos tipos, já que tinha na direção Jim Henson (criador dos Muppets) e contava com a produção de George Lucas.O que falar então da trilha sonora? Minha nossa, as músicas são um dos pontos fortes do filme, já que maioria destas são compostas e interpretadas pelo próprio Bowie. Os personagens Sarah e Jareth são marcantes, e não há como não se impressionar com a cena da dança, que é perfeita ao som de “As The World Falls Down” e todo o encantamento que aquele momento reproduz. Os coadjuvantes não ficam por menos, são bem marcantes e interessantes como o Hoggle, Ludo, Sr. Didymus e Ambrosius, todos que ajudam Sarah em sua empreitada pelo labirinto.
Olhando assim logo de cara, pode parece um filme bobo, mas definitivamente não é. Apesar de toda sua inocência, ele tem várias mensagens ali, pois Sarah passa por diversos testes durante a sua jornada, sobre os pensamentos e modos de vida de todo o mundo. Mas o que predomina, é a sensação de fantasia, magia que o filme nos proporciona. Mesmo adulto, assistindo ao filme, me senti revigorado, como se tivesse reencontrado algo perdido ali, talvez essa essência da inocência, de brincar, sonhar. 

Quando chegamos ao final do filme à própria Sarah se questiona isso, às vezes precisamos de algo sem ao menos saber o porquê, só sabemos que precisamos, já que ela mesma não sabe se está sonhando ou se é realidade, mas tem a certeza que os amigos que ela criou ali, naquele labirinto serão necessários na sua vida ‘real’, fora do labirinto.
O que vou levar desse filme é isto, todo esse mundo imaginário, fantasiar outras realidades, que às vezes se torna necessário na realidade, já à medida que vamos crescendo, assumindo responsabilidades, ocupando nossas vidas com os afazeres mundanos, vamos deixando de sorrir aos poucos, já que vamos aos perdendo em nossos próprios labirintos. Relembrar que é possível reviver essa sensação gostosa de sonhar, é incrível.

" Passei por imensos perigos

E inúmeras dificuldades pra chegar até aqui,

No castelo da cidade dos duendes

E retomar a criança que você roubou,

Meu reino é tão grande quanto o seu,

E minha vontade é tão grande quanto a sua,

Você não tem poderes sobre mim,

Não tem poderes.... "


quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

▬ É um Pássaro... - ( It's a Bird...)



Autores: Steven T. Seagle (roteiro) e Teddy Kristiansen (arte)

Nunca tinha escutado falar em tal obra, vi o anuncio e de certa forma me chamou a atenção, logo fui e comprei a HQ. Gostei da sinopse, e ao ler, fiquei embasbacado com tamanha qualidade. Vamos a ela.

Trata-se de uma história autobiográfica, em que Steven, que é roteirista de HQs recebe a proposta de fazer histórias do Superman. Assim a primeira vista, parece uma oportunidade de ouro, afinal que roteirista não iria querer trabalhar com o maior ícone do mundo dos super-heróis? Pois é, mas este não é o caso de Steven, que odeia o personagem e não o vê como um "herói", então ele fica na dúvida de aceitar essa proposta.

Ele alega que o Superman é um personagem fraco de personalidade, que não tem carisma, e que se utiliza de seus poderes altamente exagerados para impor as suas vontades, e Steven não vê graça alguma nisso. Mesmo alegando tudo isso, o seu chefe pede para ele pensar um pouco mais a respeito, e lhe dar a resposta daqui um certo tempo.


Mas a ligação de Steven e Superman é muito mais do que isso, mais do que uma proposta de trabalho. O herói está ligado ao passado do autor, de uma maneira muito forte, que nos é mostrado aos poucos no decorrer da trama, que trata de assuntos familiares, doenças, convívios, relacionamentos. Enquanto repensa em tudo isso, em sua vida pessoal, sua família, Steven tenta criar algum elo com o herói. E será que em algum momento, o Superman faria sentido para Steven? Por que criaram o Superman? O que um herói da ficção pode fazer pelas pessoas “reais”? Este são os dilemas que Steven leva consigo, assim tentando entender a ficção com realidade e vice-versa.

O final da HQ é lindo, com um desfecho pra lá de emocionante, do qual não só Steven, mas o leitor também acaba por descobrir porque o Superman existe.


   “Tempo Junto é tudo o que duas pessoas irão ter.”

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

▬ A Estrada - ( The Road, 2009)




Direção
John Hillcoat
Roteiro
Joe Penhall, Cormac McCarthy (livro)
Elenco
Viggo Mortensen, Kodi Smit-McPhee, Charlize Theron, Robert Duvall, Guy Pearce, Michael K. Williams, Garret Dillahunt

O planeta Terra está morto. As imagens do planeta repleto de azul por seus imensos oceanos ou por suas grandes florestas verdes não passam de uma meras lembranças, já que a realidade de hoje não se resume as cores azul ou verde, só há uma cor predominante, que é o cinza.

Por obra do próprio homem o mundo que ele conhecia se extinguiu agora reduzido a cinzas, um mundo devastado e condenado, pois não há mais energia, água , combustível , comida , não há mais árvores, tudo se resume a um grande vazio preenchido pela cor cinza.


E nesse mundo caótico poucos são os sobreviventes deste apocalipse, e dentre eles estão um pai e seu filho vagando , seguindo em frente. Estes são os protagonistas do filme. Os dois apesar das adversidades tendem a seguir em frente, o pai diz para o filho que eles tem de continuar pela estrada, seguindo em direção ao sul, para o litoral e que lá talvez eles encontrem uma “salvação”.

Ao seguirem pela estrada, eles além de já contarem com a falta de tudo no mundo, tem que lidar com outros sobreviventes, que assim como eles só querem continuar a sobreviver, mas alguns destes, devido a  escassez de alimentos se tornaram adeptos do canibalismo e assim caçam outros humanos, ou seja pai e filho em meio ao caos, ainda se tornam alvo de outros humanos em um mundo aonde as leis e princípios foram extinguidos.

Um filme como poucos, pois retrata um futuro pós apocalíptico bem próximo da nossa realidade, assim nos fazendo refletir bastante sobre nossos atos perante a sociedade que nos cerca, que de certa forma nos serve de alerta. Só uma observação , a atuação de Viggo Mortensen (pai) está impecável assim juntamente com Kodi Smit-McPhee (filho).


Apesar de tudo, o que predomina é a relação pai e filho, pois mesmo com todo o holocausto instalado em um mundo sem cores, o amor e carinho entre eles fazem com que ambos sigam em frente. Nos mostram também o quanto um filho pode aprender com um pai, mas ainda mais quanto um filho pode ensinar lições a um pai, e ao decorrer da história fica evidente que a vida de um, se justifica pela existência do outro.


domingo, 2 de dezembro de 2012

▬ O Menino Que Coleciona Homem-Aranha ( The Kid Who Collects Spider-Man)



Roteiro: Roger Stern , 
Desenhos: Ron Frenz
Arte Final: Terry Austin

O que um herói pode representar para alguém?
Ao me deparar com essa história em quadrinhos do Aranha, fiquei muito impressionado e tocado, pela sinceridade e simplicidade como ela nos é mostrada. Vamos à ela.
 Após ler uma reportagem do próprio Clarim, o Amigão da Vizinhança acaba sabendo que existe um menino muito especial, ele tem nove anos de idade e seu nome é Timothy Harrison,que visivelmente é um dos seus maiores fãs do herói, ele coleciona tudo relacionado ao herói, tendo diversos itens raros como, antigos recortes, algumas coisas que fizeram parte de algum ato de heroísmo do Aranha, tudo isso documentado e guardado com muito carinho.
Mas Tim Harrison tinha um grande sonho, e não só ele, mas o de muitos, conhecer o Homem-Aranha. E certa noite, o cabeça de teia, vai até o quarto de Tim para conhecê-lo.
A história é curta, cerca de doze páginas, mas é certo que elas marcam o leitor, pois o encontro entre os dois faz todo aquele lance de ficção x realidade que todos nós que lemos quadrinhos, assistimos filmes nos perguntamos; Mas é se ele existisse mesmo hein? O Garoto representa esse nosso lado, de sonhadores, de fãs, que tem ali a esperança personificada em acreditar em um símbolo como o Homem-Aranha. Imagina só, conhecer o Amigão da Vinhança? Seria demais.
Ao chegar ao final da história é difícil não se emocionar/chorar sendo adulto ou criança, pois pelo jeito simples, a sinceridade sobre a visão de Tim sobre o Aranha, e assim ele ganha nosso prestigio facilmente.  É uma das histórias mais bonitas e emocionantes dos quadrinhos, que merece ser lida, não há ação, nem super-vilões, e nos mostra que infelizmente, nem sempre podemos vencer certos obstáculos, nem mesmo sendo o Homem-Aranha.E o mais importante, a mensagem que a HQ passa, é que por mais simples que possa parecer, às vezes um gesto, isso mesmo, um gesto pode representar muito para alguém, para que essa pessoa siga sonhando.
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