domingo, 27 de outubro de 2013

▬ Vicky Cristina Barcelona ( 2008)

Direção: Woody Allen
Roteiro: Woody Allen
Elenco: Rebecca Hall, Scarlett Johansson, Penélope Cruz, Javier Bardem, Christopher Evan Welch, Chris Messina, Patricia Clarkson, Kevin Dunn, Julio Perillán e Josep Maria Domènech

Tinha escutado falar muito bem desse filme, e agora compreendi o porque. E para falar a verdade, nem sabia que era um filme do Wood Allen. rs

O filme aborda duas amigas Vicky ( Rebecca Hall) e Cristina ( Scarlett Johansson) que acabam por indo passar as férias em Barcelona. As duas se dão super bem, mas são muito distintas em um assunto: o amor. Vicky é conservadora, não se arrisca e tem a vida perfeita, tudo bem planejado, já que está noiva de um homem bem sucedido e com isso se sente segura. Cristina é o oposto, sempre impulsiva e de mente aberta para novas oportunidades.
Ao chegarem em Barcelona, acabam conhecendo um pintor famoso, Juan Antonio ( Javier Bardem), que logo se encanta por ambas as amigas. Ele as aborda, se oferecendo para ser seu guia turístico enquanto estiverem na cidade, ao mesmo tempo em que joga cantadas em cima delas, dizendo as mesmas que espera conquistá-las durante esse período. Vicky, se recusa, mas Cristina acaba aceitando a oferta de conhecer a cidade na companhia dele. E mesmo contra sua vontade, Vicky acaba indo também para acompanhar a amiga. Eis aí que o filme realmente começa.

Na trama o foco é mostrar o quanto as pessoas são diferentes em relação ao mesmo assunto, o amor. Juan Antonio é um cara que não se prende à rótulos, dizendo que sempre devemos aprender a aproveitar a vida e amar cada instante. Ele passa por um momento conturbado já que se separou de sua esposa Maria Helena ( Penélope Cruz). Cristina procura algo que dê sentido a sua vida, ela não sabe bem ao certo o que quer, mas sabe o que não quer. Vicky é sistemática, preferindo a razão aos sentimentos.
A simplicidade para falar de um assunto tão complicado é um grande trunfo do filme. Aqui, apesar de falar sobre o amor, não há aquela carga de tensão, de choro, meloso, nada disso. É um filme ágil, dinâmico e belo. E profundamente reflexivo mediante a tantos tabus impostos pelo mundo. Será que vale mais um casamento tranquilo, como se tudo fosse programado, ou, viver uma grande paixão? Quebrar essas amarras de certo ou errado perante os olhos dos outros requer coragem. Muita por sinal.

O elenco é fabuloso, a fotografia também e a direção e roteiros nem se fala. A relação mostrada da arte como uma forma de amor, de se expressar para o mundo também é marcante. E Barcelona..que cidade fantástica.
E ao final fica essa grande questão sobre essa loucura que é o amor. Juan Antonio diz que sua ex mulher falava: " Só o amor incompleto pode ser romântico." A busca pelo amor ideal o faz ser romântico. Deve ser por isso que sempre estamos procurando...procurando..porque querendo ou não, mesmo que seja o assunto mais louco, todos precisamos do amor.

sábado, 5 de outubro de 2013

▬ O Som ao Redor, ( 2012)

Direção: Kleber Mendonça Filho
Roteiro: Kleber Mendonça Filho
Elenco: Irandhir Santos, Gustavo Jahn, Maeve Jinkings, W.J. Solha, Irma Brown, Lula Terra, Yuri Holanda.

Estava com esse filme há um tempo aqui, mas sempre me dava uma preguiça de vê-lo. Após ser indicado ao Oscar, resolvi dar uma chance ao mesmo. O resultado foi um tanto surpreendente para mim, pois esperava uma coisa totalmente diferente deste filme à partir de sua sinopse.
O filme mostra uma vizinhança, e suas rotinas, ou seja ela não tem um protagonista e sim alguns e não é uma história fechada, como casualmente nos deparamos. São apenas coisas do cotidiano, ali demonstradas e vividas por essas pessoas. Então o espectador acaba embarcando junto com eles nessa história. O longa acaba mostrando exatamente isso, o convívio deles. E o quanto isso pode ser complexo. Um exemplo disso, é quando chega na vizinhança alguns homens oferecendo um serviço de segurança aos moradores, por R$ 20,00 de cada casa. Alguns, enxergam isso como uma boa opção, devido a violência que sempre nos espreita. Outros, já discordam , como o o Sr. Francisco, que é o dono de várias dessas casas, e com o esse novo serviço rondando, teme que seu "poder" seja prejudicado.Seria como se ele visse nisso que seu grande império começasse a ruir, já que as pessoas estão adotando medidas próprias de manterem suas casas seguras, como se fosse uma espécie de independência.

E o "som" propriamente dito, é realmente marcante. Por vários momentos o som define todo o ambiente que os cercam. Seja o cachorro latindo, alguém chamando no portão, uma música alta e etc.. O filme tem várias analogias, assim passando essas mensagem através do som.
Ao término do filme fiquei com uma sensação "estranha", não sabia se eu tinha gostado ou não. No dia seguinte, ao acordar fiquei lembrando do filme, e enquanto ia para o trabalho tentei entendê-lo melhor. Parado no trânsito, ouvindo as buzinas dos carros, os gritos das pessoas, acabei compreendendo melhor o filme, assim logo entendi que por trás de cada som, há um motivo, uma história.
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