sábado, 16 de fevereiro de 2013

▬ Procura-se Um Amigo Pra o Fim do Mundo (Seeking a Friend for the End of the World, 2012)


Direção
Lorene Scafaria

Roteiro: 
Lorene Scafaria

Elenco: 
Steve Carrell, Keira Knightley, Martin Sheen, Mark Moses, Adam Brody, William Petersen, Patton Oswald

Com diversas profecias, lendas, mitos sobre o fim do mundo, isso tem sido um assunto abordado com certa frequência por filmes e seriados, podendo ser em forma de um futuro pós-apocalíptico, dominado por zumbis, monstros, máquinas, canibais e etc. Neste filme,  o fim do mundo é abordado de uma maneira um pouco diferente, apesar da premissa para o fim iminente ser básica: um meteoro vai colidir com a Terra em 3 semanas e nada mais pode ser feito. Então com isso em mente a pergunta é, o que você faria?
Quando a noticia chega a todos, cada pessoa tem uma maneira de reagir. E acho que esse é o diferencial do filme, pois ele lhe dá essa possibilidade e liberdade de escolha para pensar sobre quais atitudes seriam possíveis para lidar com o fim do mundo. 
Algumas pessoas simplesmente iriam querer fazer tudo o que sempre quiserem, mas nunca conseguiram, irão matar as suas vontades e desejos. Outras ficarão tristes, desoladas e não irão querer fazer nada até que o fim chegue. Pessoas irão correr sem direção, pois surtaram.Há pessoas que se concentrarão em montar um forte, com mantimentos suficientes para sobreviverem ao impacto e assim reconstruir o mundo. E claro os arruaceiros vândalos que tentarão tirar vantagem dos outros, saqueando casas, lojas, mercado. E há pessoas que apenas continuarão a viver normalmente, até que o dia final chegue.
Dodge ( Steve Carrell) é um vendedor de seguros que foi abandonado pela esposa, assim que a grande noticia chegou ao todos. Penny (Keira Knightley) que é vizinha de Dodge. Apesar de serem vizinhos, nunca haviam se falado, e de uma maneira inusitada seus caminhos acabam se cruzando. Ambos têm assuntos pendentes; Dodge tem que encontrar o seu primeiro grande amor, e Penny tem que tentar reencontrar a sua família, já que ela perdeu o voo. Eles decidem se ajudar, enquanto tenta compreender tudo o que acontece ao seu redor.Em meio a jornada ocorrem várias descobertas entre os protagonistas, e os diversos fatos de seus passados que vão sendo compartilhados conosco, que nos traz uma sensação de nostalgia, como as músicas e  os discos de vinil de Penny, dos quais ela nunca se separa. 
O filme é perfeito, pois consegue misturar drama, romance e leves pitadas de humor na dose certa, sem ficar aquela coisa carregada e emotiva demais, onde o filme força o expectador a chorar de qualquer maneira. Aqui é o contrário, você nem vai perceber quando é a parte de chorar, você simplesmente se emociona, ainda mais com a cena final, que pra mim entrou na minha lista, pois é tão bela e triste ao mesmo tempo. Um filme que nos faz refletir em meio ao fundo do fim do mundo, onde é possível fazer muitas coisas, como encontrar alguém, e esta pessoa tornar-se a coisa mais importante para nós, tornando-se o nosso mundo.

" -Sinto que de alguma forma salvamos um ao outro.
- E salvamos. "

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

▬ O Lado bom da Vida ( Silver Linings Playbook,2012)


Direção
David O. Russell

Roteiro
David O. Russell

Elenco
Bradley Cooper, Jennifer Lawrence, Robert De Niro, Chris Tucker, Julia Stiles, Shea Whigham, Anupam Kher, Jacki Weaver, Dash Mihok

O filme é baseado no livro de Matthew Quick, que agora foi adaptado e trazido as telonas, com roteiro e direção de David.O Russell, e com um elenco pra lá de talentoso. Eu havia visto o trailer ainda no ano passado e tinha ficado bem instigado em assisti-lo, então assim que já que havia sido o livro aqui no Brasil, acabei comprando o mesmo e o devorei rapidamente, devido a sua qualidade, pois é uma história cativante, assim como comprovei em sua adaptação para o cinema, já que ontem assisti o longa. O filme se difere bastante em algumas partes em relação ao livro, mas isso não prejudica em nada a qualidade da adaptação.
O filme mostra Pat ( Bradley Cooper), um professor que acaba se metendo em um incidente envolvendo sua esposa e por isso acaba sendo internado em uma clinica psiquiátrica, onde fica por longos onze meses. Ele está por ter problemas mentais, dos quais ele não consegue controlar, como sua bipolaridade, que foi o que ocasionou sua ida até lá. Após um esforço de sua mãe, Pat é liberado para voltar para casa. E aí começa o filme, pois ele tem de reencontrar seu lugar ao mundo, e principalmente, Pat saí de lá com um único objetivo: reconquistar sua esposa Nikki, e mostrar que se recuperou, que é um novo homem e que podem ser felizes mais uma vez. Mas nada disso será fácil, pois aos olhos da maioria, Pat é apenas um louco.
Mas um dia , indo a casa de um velho amigo, ele acaba conhecendo Tiffany (Jennifer Lawrence), que também passa por alguns problemas semelhantes ao de Pat, e no começo ambos se estranham, mas de certa forma acabam criando uma pequena afinidade, talvez por passarem por situações parecidas de tratamentos e tudo mais. Talvez por serem ‘dois loucos’.
E essa é a premissa do filme, em como pessoas com problemas tão sérios podem ser tão mágicas e transformar a vida de todos ao seu redor. Apesar de todos serem tão pessimistas por qualquer motivo, Pat está lá sempre tentando ver o lado bom da vida, sempre com seu positivismo. Pat é um herói diferente, sempre tentando fazer o seu melhor, mas nem sempre conseguindo, fazendo dele tão humano e sincero que não tem como não torcer por ele, claro, isso aliado a Tiffany. Os dois personagens são o maior atrativo do filme, pois seus pensamentos, diálogos estão impecáveis, suas cenas vão do engraçado ao drama em um piscar de olhos, tamanha a química apresentada por Cooper e Lawrence, o que justifica perfeitamente suas indicações ao Oscar. Outros dois destaques são o Pai de Pat, vivido por Robert De Niro, que há muito tempo não o via tão dedicado e entregue à um papel, suas cenas são marcantes. O outro ponto vai para o personagem Danny, que é o melhor amigo de Pat na época doa clinica psiquiátrica, que é interpretado por Chris Tucker (sim ele mesmo, ressuscitaram ele) que está muito bem, e consegue arrancar muitas risadas com a maior facilidade.
O lado bom da vida é um filme único e  já estou na torcida por ele no Oscar de 2013,  ( Se tivesse uma categoria de melhor poster, com certeza já teria o meu voto, não sei explicar, mas esse poster me cativou. rs) pois realmente me conquistou com seus personagens tão marcantes e atuações inspiradíssimas de seu elenco, uma ótima trilha sonora, um filme que trata de família, amizade, loucura e amor, que mostra o quão são às vezes somos e que por muitas vezes não estamos vendo as verdadeiras oportunidades, que as vezes precisamos de um pouco dessa loucura para viver a vida como ela merece ser vivida, quando encontramos alguém que realmente entenda como nos sentimos, quem somos, o que pensamos, alguém que entenda a nossa loucura, afinal que graça tem amar se não for loucamente?
“ É o que acredito ser verdade.
Você tem de dar o melhor de si.
Se for confiante, terá um raio de esperança. “

sábado, 9 de fevereiro de 2013

▬ Batman: o Cavaleiro da Vingança ( Batman, Knight of Vengeance, 2011- Flashpoint)


Roteiro: Brian Azzarello
Arte: Eduardo Risso

A mega saga da DC, FlashPoint teve como principal objetivo servir de elo de ligação para ocorrer o reboot, intitulado de os Novos 52. Eu acabei comprando a saga principal ( 5 edições) e alguns especiais ( Total de 3 edições) na FestComix do ano passado, pois estavam ali por um preço bem acessível. Pois bem, quando eu não tinha mais nada para ler, acabei pegando a saga, que não é nada demais, mas tem seus pontos interessantes. Vou dar um breve resumo da saga, que é escrita por Geoff Johns:
A trama tem como foco o Flash, pois o seu inimigo o Flash Reverso consegue ter domínio sobre a força da aceleração ( que é o que permite ao Flash ter a sua super velocidade), e como ela está ligada ao tempo, o vilão consegue alterar a realidade para ferrar com o herói. Quando Flash desperta, vê um mundo totalmente diferente, onde ele não tem poderes, onde ele é apenas Barry Allen. E não foi só isso, pois várias coisas mudaram nessa nova realidade, por exemplo: O Superman nunca viu a luz do dia, ele é capturado assim que cai na terra, e vira cobaia do governo, Hal Jordan não é o Lanterna Verde, ele é apenas um piloto de caça do exercito, o lanterna da Terra é Abin Sur. Aquaman e Mulher Maravilha travam uma guerra mundial pelo domínio da terra, o que ocasiona um conflito sem proporções, onde a terra pode ser sepultada.  Então Barry Allen tem as suas memórias da realidade “normal” e lá ninguém nunca conheceu o Flash,e aos poucos conforme passa-se o tempo nessa nova realidade, suas memórias vão sendo trocadas pelas desta nova era, ou seja, ele tem de correr contra o tempo para ajeitar tudo de novo, pois se não, nem ele mesmo se lembrará que foi o Flash algum dia.
Pois bem, ao ter isso como pano de fundo, alguns personagens ganharam algumas histórias solos em 3 edições, mostrando como eles vivem nessa realidade alternativa, como mostrando a vida de Hal Jordan como piloto apenas. Não li a de todos os personagens, mas de longe a que mais gostei foi a do Batman. A saga em 3 edições intitulada de Batman - O Cavaleiro da Vingança é escrita por Azzarello e conta com a arte de Risso, dupla de 100 Balas e Batman: Cidade Castigada. Então vamos a ela.

Quando o Barry Allen vai até a Batcaverna buscar ajuda encontra o Batman, os dois trocam diversos socos e pontapés, pois o Batman não faz idéia de quem ele é. Logo depois Barry faz uma observação um tanto curiosa, parece que o Batman desta realidade é mais velho, quase como se fosse um coroa. Em meio a porradaria ele grita:

 “- Pare com isso BRUCE!” E eis que o Batman para e indaga: “- Bruce?”.

O Flash fica com uma cara de espanto, pois não está entendendo nada, e com isso ele o Batman observa um porta retrato, onde está a foto da família Wayne, e logo ele liga os pontos e acaba entendo o que aconteceu com o Batman desta realidade; No assalto no beco do Crime, quem acabou morrendo não foram os pais, e sim o pequeno  Bruce. O Batman que está li, diante do Flash é Thomas Wayne.  Tendo isso como inicio da trama, acompanhamos uma aventura deste Batman em Gotham! Onde ele enfrenta o Coringa.
Nesta realidade o Batman é extremamente violento, onde é citado que ele limpou a cidade, ou seja, executou a maioria dos vilões, restando apenas o Coringa. O palhaço sequestra os filhos gêmeos de Harvey Dent, e o Batman saí na caçada para por um ponto final nisso tudo. 
Enquanto ele vai atrás do seu maior rival, nos é mostrado toda a dor que Thomas carrega consigo, um sentimento de culpa por não ter podido salvar o seu pequeno filho, e como foi a sua trajetória para se tornar o Batman. Como a tragédia envolvendo Bruce deixou sequelas para sempre no casal Thomas e Martha Wayne, tendo de lidar com a dor da perda. Ele acaba descontando isso nos seus inimigos, que sofrem com a sua ira e sede de justiça. Thomas administra um cassino, com o objetivo de atrair os criminosos para lá, e assim poder monitorar os vilões da cidade e depois dar um fim à eles. E seu braço direito na administração do Cassino é ninguém menos que o Pinguim. Também ao lado do Morcego está claro James Gordon.
A caçada pelo Coringa é visceral, extremamente intensa e violenta, e alguns dos diálogos ali são memoráveis. E há uma grata e surpreendente surpresa envolvendo a relação entre o Homem Morcego e o Coringa, que fecha a saga com chave de ouro já que Thomas sabe que na outra realidade, seu filho vive então ele luta desesperadamente para que isso se torne ‘realidade’ de novo.
É uma história curta, uma reinterpretação do Mito o Batman, considero esta como uma das melhores que já li, tudo é muito bem construído ali, e acho que essa história pode entrar na lista de uma das melhores do Morcegão. Esta saga pode ser encontrada na Revista Ponto de Ignição Especial Nº 03 da Panini.

“ Martha: Me fale do Bruce. O que ele faz depois que nos morremos?
Thomas: Ele... segue os passos do pai.
Martha: Vira médico?
Thomas: Não.
Martha: Meu Deus.... “

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

▬ Os Três Mosqueteiros ( The Three Musketeers, 2011)


Direção:Paul W. S. Anderson
Roteiro:Andrew Davies, Alex Litvak
Elenco:Logan Lerman, Milla Jovovich, Matthew Macfadyen, Ray Stevenson, Luke Evans, Mads Mikkelsen, James Corden, Juno Temple, Orlando Bloom, Christoph Waltz

Baseado no clássico de Alexandre Dumas, a história do filme nos mostra a saga de D’Artagnan (Logan Lerman), um jovem e promissor esgrimista que saí da roça para a cidade, para realizar o seu sonho, que é se tornar um mosqueteiro. Ao chegar à cidade acaba por arrumar uma confusão imensa, na verdade quatro confusões, três delas são com os famosos Três Mosqueteiros do Rei, Athos (Matthew Macfadyen), Porthos (Ray Stevenson) e Aramis (Luke Evans). A quarta confusão se dá por conta de D’Artagnan comprar briga com Rocherfort (Mads Mikkelsen), que é o general das tropas do Cardeal Richelieu (Christoph Waltz ). O inexperiente Rei Luís XVIII (Fred Fox) casou-se há pouco tempo com a rainha Anne (Juno Temple), o relacionamento dos dois ainda não é tão forte quanto deveria, e aproveitando-se disso, o Cardeal arquiteta um plano para começar uma guerra e com isso assumir o poder de toda a França. Para isso ele conta com a ajuda de Milady (Milla Jovovich), onde ambos armam um plano para fazer parecer com que a Rainha Anne está tendo um caso com o Conde Buckingham (Orlando Bloom), que virá da Inglaterra para a França para escutar a proposta de paz do Rei Luís XVIII.
Com tudo isso engatilhado, e por propósitos em comum, D’Artgnan e os Mosqueteiros acabam descobrindo os planos do Cardeal e assim acabam se unindo em prol da França e tentame impedir a tragédia antes que estoure uma guerra entre franceses e ingleses. O filme conta com algumas boas cenas de ação. Principalmente as do começo do filme, mas parece que depois as coisas dão uma relaxada e a qualidade das mesmas vai decaindo um pouco. Com o bom e vasto elenco que o filme possuiu, fica um pouco daquela sensação que poderia ter sido muito melhor, que faltou aproveitar um pouco dos talentos que os atores possuem (Exemplo: Christoph Waltz, ficou preso a um papel limitado, onde faz um vilão caricato e sem graça, ficando evidente o mal aproveitamento da qualidade quanto ao elenco) , e faltou também aquele charme as cenas de ação, já que começam legais, mas o confronto final é muito mal feito e apressado. Mas, um ponto interessante é introdução de um pouco do universo steampunk, como os balões, dirigíveis equipados com forte armamento e algumas outras traquitanas que caíram muito bem, proporcionando confrontos a lá Piratas do Caribe.
O longa não é nada demais, mas também não chega a ser ruim, é até bem divertido em alguns momentos, mas fica aquela impressão que poderia ter sido bem melhor. Se você não tiver nenhuma outra opção, esta aqui pode servir.

A frase do filme do não poderia ser outra:

- Um por todos! E Todos por um! “

domingo, 3 de fevereiro de 2013

▬ WE3: Instinto de Sobrevivência


Autores: Grant Morrison (roteiro), Frank Quitely (arte) e Jamie Grant (cores e arte-final digital)

A premissa é simplória, três animais “fofinhos”( um cachorro, um gato e um coelho), transformados em máquinas de guerra, que escapam e tentam encontrar o seu lar. Batido? Muito comum? Longe disso, aqui a história é muito bela/triste e impactante..

WE3 é uma daquelas histórias que me deixaram de boca aberta. Apesar da premissa bem simples, o modo como a história é contada, faz dela uma obra única. O roteiro é magistral, e tem como foco mostrar essa inocência dos animais, contra os humanos. 
Os animais capturados foram modificados, eles usam armaduras cibernéticas, e tem alguns dispositivos que os permitem balbuciar algumas palavras. Estes animais nada mais são do que cobaias que deram certo e a partir de agora, os humanos irão passar a utilizar animais mecanizados para travarem suas guerras, assim resguardando a vida humana. Olha quanto zelo para com as pessoas não é? Que lindo isso...
A trama começa mesmo quando estas três cobaias escapam dos laboratórios e tentam retornar ao seu lar. E é somente isso que eles querem, o seu lar, a sua paz. 
Mas o exercito não mede esforços, e os animais são caçados pelos 'humanos'.
A HQ é de encher os olhos.  Tanto o roteiro quanto a arte estão impecáveis, e é difícil não ficar pensando na obra depois. Em alguns pontos é extremamente difícil segurar as lágrimas, pois os desenhos aliados ao roteiro são de um nível altíssimo, que transbordam os sentimentos dos personagens para os leitores, tudo flui de uma maneira muito sincera.

Sem dúvidas WE3 é uma obra prima da nona arte, simples, tocante, emocionante e perturbadora, com cenas brutais de violência.Uma história como poucas.
Uma história sobre a pureza dos animais contra a selvageria dos humanos.

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