Autores: Robert Kirkman (roteiro) e Tony Moore (arte) Charlie Adlard (arte) e Cliff Rathburn (tons de cinza)
Hoje em dia, qualquer pessoa já escutou ao menos uma vez falar em The Walking Dead, devido ao estrondoso sucesso causado pela ótima série televisiva. Mas muitos não sabem que, a série é baseada em uma HQ, que é publicada até hoje (se não me engano teve início em 2003 e hoje está na edição 103 lá fora). Eu acabei lendo a HQ antes de ver qualquer episódio da série de TV, então por isso vou falar dos quadrinhos primeiro.
O tema de zumbis, futuros pós-apocalípticos, guerras químicas, fome, fumaça por todos os lados, planeta destruído, todas essas coisas aos meus olhos já estavam meio saturadas, pois tudo parecia cópia de tudo. Então ao me deparar com a HQ, já pensei que seria mais um monte de zumbis, tripas, sangue, gritos e nada mais, tudo seria um pretexto para mostrar a violência e carnificina. Mas TWD tem tudo isso, só que tem algo a mais que o torna diferente desses genéricos todos, pois a obra tem todo o peso do drama em viver em sociedade, ou o que restou dela. E isso é feito de maneira magistral.
A saga tem inicio quando os policiais Rick Grimes e Shane estão em uma perseguição, e Rick acaba sendo baleado, logo é hospitalizado, onde fica em coma por 3 semanas. Ao acordar, o mundo que ele conhecia não existe mais, os vivos sumiram dando lugar aos mortos que caminham pelas ruas, e todos os lugares. Logo ele sai atrás de seu filho e esposa, mas ao chegar em casa eles não estão mais lá. Então bate o desespero, e ele sai em busca deles, até que o jovem Glen o encontra, e diz que há mais sobreviventes em um acampamento. Ao chegar lá Rick encontra Lori (sua esposa) e Carl (seu filho) e seu melhor amigo Shane. No acampamento existem outros sobreviventes, que se viram como podem para se manterem vivos. Logo uma equipe está formada e Rick acaba por se tornar um líder natural. E é exatamente aí que a obra passa a ficar interessante.
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O roteiro de Kirkman é excepcional (acompanhada pelos ótimos desenhos de Moore – e depois Adlard, que casam perfeitamente com a narrativa do roteirista.), pois ele sabe explorar bem os momentos de drama, os dilemas de cada personagem. Ele nos mostra o quão frágil e forte é o ser humano, e o quão bom/ruim eles podem ser. Quando as necessidades, as situações ficam desesperadoras, o que vai prevalecer? O bem estar de todos? O individualismo? A amizade? A conveniência? O que se leva em conta? Existem leis em uma sociedade que deixou de existir? Ética e moral, ainda tem seus valores?
Em resumo: Obra prima!
Quando foi a última vez que algum de nós REALMENTE trabalhou para conseguir algo que queria?
Quanto tempo desde que algum de nós REALMENTE precisou de algo que queria?
O mundo que conhecíamos se foi.
O mundo do comércio e das necessidades supérfluas foi substituído por um mundo de sobrevivência e responsabilidade.
Uma epidemia de proporções apocalípticas se espalhou pelo mundo, fazendo os mortos vivos se levantarem e se alimentarem dos vivos.
Em questão de meses, a sociedade se desintegrou.
Sem governo,
Sem supermercados,
Sem entregas de correio,
Sem tv a cabo.
Em um mundo dominado pelos mortos,
finalmente somos forçados a começar a VIVER."
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