Roteiro: Jeph Loeb
Arte: Tim Sale
“As coisas pioram muito, muito mesmo antes de começarem a melhorar.” – Peter Parker.
Com roteiro de Jeph Loeb e desenhos de Tim Sale, dupla conhecidíssima da nona arte, entregam aqui uma obra única, que a meu ver tanto o texto, quanto os desenhos casam perfeitamente. Um verdadeiro clássico.
A obra já me conquistou de cara, pois ela se inicia com uma narrativa em primeira pessoa. É dia dos namorados, e Peter Parker se lembra de Gwen Stacy, sua primeira namorada, o seu primeiro grande amor. Ele narra que em todo dia dos namorados ele vai até o local onde ela faleceu (resultante de um confronto com seu arqui-inimigo o Duende Verde) para lhe fazer uma visita e deixar uma rosa a mesma. Este fato mudou para sempre a vida do Aranha, a morte de Gwen.
Ele pega um gravador velho e começa a relembrar alguns fatos de sua vida em relação à Gwen, como se ele estivesse falando com ela, como se ela estivesse ali do seu lado naquele instante. Essa é a narrativa da história, Peter lembrando como conheceu Gwen, como se apaixonaram e o quão importante ela foi (é) importante na sua vida. Ele narra também que nessa mesma época conheceu Mary Jane Watson, que viria a se tornar a mulher da sua vida, sua esposa, e como ele ficou em dúvida entre essas duas mulheres.
Como eu havia dito, ele começa se lembrando dela, e o texto têm um tom de sinceridade e sentimentalismo que toca profundamente quem está lendo, pois estamos habituados a ver o Aranha, forte, lutando, e fazendo piadas, e é espantoso como exploraram bem esse lado sentimental do personagem, não há como não se afeiçoar a ele.
O que sempre marcou o personagem foi a sua simplicidade e isso se confirma aqui. Peter vai falando de suas lembranças e isso fica ainda mais evidente, pois várias das situações que ele passou, fazem parte do nosso cotidiano, não ter dinheiro, chegar atrasado, brigar com o chefe (enfrentava J.J. Jameson que se recusava a pagar pelas fotos de dele, e ainda acusava seu alter-ego de ser uma ameaça), ser motivo de piada pelo pessoal da escola, principalmente por Flash Thompson.
E além de tudo isso, todos os problemas que nós podemos ter, ele ainda tem que enfrentar os super-vilões como Duende Verde,Lagarto, Rino, Abutre..
Mas em meio a tudo isso, mesmo com tantas coisas contra, Peter conheceu Gwen, e é justamente isso, que durante a obra nos é mostrado, todos os seus pensamentos, anseios dele em relação a ela, o “nerd” que sonhava em namorar a menina mais bonita da escola, aquele sonho sabe?
A história não é sobre a morte de Gwen, e sim sobre a saudade, a lembrança, a falta e a importância que ela teve/tem na vida de Peter Parker e de todos que a conheciam. Esta história é uma grande lição de vida, que nos mostra como conviver com a perda, e o quanto as pessoas importantes não devem ser esquecidas, devem ser amadas para sempre, como o próprio Peter diz:
“As pessoas ficam nas nossas vidas pelo tempo que são lembradas. E eu não quero te esquecer, Gwen. Fica comigo..” - Peter Parker
Não é porque um amor que não deu certo precisa ser esquecido, ele pode ser lembrado sempre, e não há mal algum nisso. Outro ponto é que a história também passa a mensagem de que devemos estar de olho ao nosso redor, pois há pessoas que talvez estejam apenas esperando uma chance para serem amadas e por muitas vezes não as notamos. Ao chegar às últimas páginas, a história chega ao seu ápice e confesso que ao ver Peter falando daquele jeito, com todo o seu coração, enquanto ele “fala” com Gwen, uma conversa que nunca aconteceu, onde ele entregou-se a esse amor, lutou com vilões, enfrentou tudo e a todos, e que a sua vida mudou para sempre mediante ao fato de ter namorado e amado aquela mulher,o quanto ela mudou a sua vida. Tudo isso me fez ficar com os olhos marejados e conseqüentemente lágrimas escorreram de uma maneira tão natural que até me espantei, os últimos momentos da HQ são lindos.
É uma HQ como poucas, que marcou demais para mim. Ela deve ser apreciada com o coração, e levada para o resto da vida. Se você não leu, corra atrás, se já leu, leia de novo, pois vale à pena, não é uma recomendação e sim um pedido. A cor azul nunca mais vai ter o mesmo sentido para mim...
"Acho que, quando tento entender... entender como me sinto às vezes nesta época do ano, eu me sinto triste. Como a cor azul. Não que eu não goste de azul, mas... é uma cor triste. Como o Jazz... Como o Blues..."
- Peter Parker.
Eu amo essa obra.....
ResponderExcluirHQ jamais sairá da minha vida. Alan Moore, Frank Miller, Alex Ross......esses são meus ídolos.
HQ's são demais, a nona arte é incrível mesmo Renato. rs
ExcluirE como você disse, esses autores são realmente mestres e mudaram para sempre o mundo dos quadrinhos.
Abraços.
Oficinas e Cursos de Arte.
ResponderExcluirEntre os dias 28 de janeiro e 02 de fevereiro de 2013, ocorrerá a segunda edição do evento "Oficinas de Férias RJ".
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Att,
Dando uma conferida aqui no seu espaço. Tb me interessou bastante...
ResponderExcluirOpa, obrigado Kleiton, fique à vontade.
ExcluirTenho um pé atrás com esse dupla criativa. Achei HA Azul uma boa história, bem melhor do que aquela embromação com Batman em O Longo Dias das Bruxas, que todo mundo aclama!
ResponderExcluirBoa postagem!
Realmente a dupla é aclamada por essa história do Morcego. Eu gostei muito do HA Azul, achei sensacional.
ExcluirOutra boa HQ deles é Superman: As Quatro Estações.
Hoje comecei a ler Batman: Vitória Sombria, que também é um dos trabalhos dessa dupla. Por enquanto estou gostando.
Obrigado.
Abraço.
Lindo e triste! Gosto muito do Peter com a Gwen, me identifico com eles. Acho que o jeito e a história deles lembra muito eu e meu namorado.
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